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9. O Princípio do Diálogo

A habilidade e a disposição para ouvir intensamente e tentar compreender o outro é mais importante do que a capacidade de convencer, provar ou impor nossas ideias.

Agimos no nosso dia a dia, individual ou coletivamente, com base em nossos valores, princípios e estruturas psíquicas e emocionais. Quando diante de uma nova forma de pensar, diferente daquela à qual estamos acostumados, podemos nos sentir ameaçados em nossa identidade pessoal ou coletiva. Se isso acontece, ativamos nosso instinto de proteção e nos armamos contra aquele a quem passamos a considerar um adversário. No afã de convencer, provar ou impor nossas ideias, partimos para o embate. E, quando nos faltam argumentos refugiamo-nos no campo pessoal com agressões verbais ou apontando os defeitos que julgamos ter descoberto no outro.

O Princípio do Diálogo propõe que, antes de tudo, não nos sintamos ameaçados pelas ideias diferentes ou desconhecidas, abrindo nossa mente para o novo. Entendamos que todos temos o que ensinar e que todos temos o que aprender.

Assim, não importa quem seja nosso interlocutor devemos ouvir atentamente o que tem a nos dizer, analisando e ponderando sinceramente sobre sua mensagem, absorvendo aquilo que julgamos nos será útil.

O Princípio do Diálogo propõe ainda que, não nos esqueçamos de que estamos conversando sobre ideias e que aí, em nenhuma hipótese, cabem observações pessoais sobre nenhuma das partes. Em outras palavras: mantenhamos nossas divergências no campo das ideias sem levá-las para o pessoal, separando o indivíduo, o ser imortal, das suas crenças e posições que podem ser passageiras. Entendamos que desaprovar uma ideia não significa desaprovar o indivíduo.

O Princípio do Diálogo também nos propõe que trabalhemos o nosso orgulho respeitando o nosso semelhante, com a certeza de que, como nós, ele forjou a sua bagagem de conhecimentos, crenças e valores morais em várias encarnações, em múltiplas experiências e vivências e que, portanto, é um privilégio para nós ter acesso a esse acervo.

Se as divergências persistirem apesar das ponderações de todas as partes, sigamos respeitando nosso(s) interlocutor(es), convictos de que também é possível que a verdade não esteja com nenhum de nós.

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